Liliane Martins

Filha caçula de uma família negra de 5 filhos, a primeira a acessar a faculdade e a ter curso superior, atualmente tem mais dois irmãos formados em letras e duas irmãs em cursos superiores, formada em psicologia pelo regime de cotas na faculdade Pitágoras em Divinópolis, no interior de Minas Gerais, formada aos 37 anos, uma formação extemporânea, (Ou são extemporâneas as políticas públicas que possibilitaram seu acesso?) Sem nenhuma pendência nos 5 anos de faculdade, carregando o peso que toda e todo cotista carrega.  
 
Dentro da academia sempre fiz meu caminho junto aos movimentos sociais, movimentos estudantis e movimentos sindicais, acreditando que a formação não se dá somente entre quatro paredes da sala de aula. Enquanto mulher negra, lésbica e feminista, é importante a descrição desse caminho para compreensão da localização do meu lugar de fala.

Cada estudante, quando entra em um curso de psicologia, entra por um motivo e tem uma ideia do que seja a psicologia, ideias essas que mudam muito no decorrer do curso. Tendo o gênero me afetado antes que a raça, e hoje compreendendo que “Entre as mulheres lésbicas, eu sou negra; e entre as pessoas negras, eu sou lésbica” (LORDE, Audre, p. 236), e tendo passado quase a graduação toda entre estudos de gênero, saúde LGBT, empregabilidade LGBT, não havia sequer uma matéria que não adequava.
 
 
 

 OBRA

 












 

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